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27.3.11

A Reforma Política que queremos é com ampla participação da sociedade


Deputados, senadores e organizações da sociedade civil se unem com o objetivo de fazer história e consolidar a democracia brasileira por meio de um processo eleitoral mais justo e representativo.
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O movimento social brasileiro viveu em 23/03 um dia histórico. Em um evento bastante concorrido, realizado na Câmara dos Deputados, em Brasília (DF), foi lançada a Frente Parlamentar pela Reforma Política com Participação Popular. Ao contrário de qualquer outra iniciativa neste sentido já realizada no Congresso Nacional, pela primeira vez organizações sociais vão sair dos bastidores para se tornarem protagonistas do processo. E essa é exatamente a explicação para a inclusão do termo “participação popular” no nome da Frente.
Senadores, deputados e representantes de organizações sociais lotaram o auditório Freitas Nobre para instituir aquele que pretende ser um marco na consolidação de uma nova forma de fazer política no Brasil. Mais do que apenas rever as regras eleitorais, a tônica foi a de estabelecer uma reforma ampla e completa do sistema político. “Nós, enquanto plataforma e articulação da sociedade civil, queremos uma grande reforma de todo o sistema político. Caso contrário, daqui a quatro anos estaremos novamente discutindo isso com o sentimento agora vai”, enfatizou José Antônio Moroni, integrante do colegiado de gestão do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc) e da diretoria executiva da Associação Brasileira de ONGs (Abong).
A Frente da Reforma Política será mista, com representantes das duas casas legislativas do Congresso Nacional, além da participação ativa de representantes de organizações sociais como, por exemplo, da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), da Associação Brasileira das ONGs (Abong), da Associação dos Magistrados Brasileiros, da Central Única dos Trabalhadores (CUT) e do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfemea).
Pelo parlamento já está confirmada a participação de 182 deputados e 36 senadores, número que ainda deve ampliar com novas indicações dos partidos. “Nossa expectativa é que com o debate entre a sociedade civil e o Congresso Nacional tenhamos uma reforma política capaz de resolver diversos impasses. Queremos radicalizar e fortalecer a democracia. Queremos qualificar o processo de representação política. Queremos que a democracia se desenvolva plenamente. Falo de uma democracia participativa e direta que ainda não foi plenamente exercida no nosso País”, ressaltou a deputada Luiza Erundina (PSB-SP), coordenadora do grupo na Câmara dos Deputados.
A importância da participação da sociedade civil na reforma política também foi destacada pelo senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), coordenador do grupo no Senado Federal. “A participação popular irá aumentar a transparência, além de dar vida e substância ao debate”, ressaltou.
Em sua fala, Moroni resumiu o sentimento do movimento social: “A primeira barreira foi quebrada. Mostramos que a reforma política é questão central para a sociedade que aqui representamos. Se o poder emana do povo para o povo, então ele tem que dar opinião e ser ouvido. É fundamental acompanhar as comissões para apresentar e discutir as propostas”.
O evento foi encerrado com a leitura e aprovação do manifesto público no qual a Frente se compromete com o aprofundamento do debate e com a facilitação do diálogo entre a sociedade e o Congresso Nacional.

Articulação intensa

A atuação das organizações sociais pela aprovação de uma reforma política capaz de atender os anseios da sociedade não se restringirá à participação na Frente Parlamentar.
Na próxima semana, a Plataforma pela Reforma do Sistema Político – formada pelo mesmo grupo que articulou a Lei da Ficha Limpa – lança uma grande mobilização popular para coletar assinaturas. O objetivo, a exemplo do que aconteceu com a Ficha Limpa, é garantir a mobilização exigida pela Constituição Federal para que a sociedade apresente uma proposta projeto de lei ao Congresso Nacional.
Saiba mais no site: http://www.reformapolitica.org.br
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24.3.11

Diário de Ida - Angola

Meus queridos e queridas,


Comeco agora a me situar em Luanda (nao consigo teclar tiu e cecidilha no meu teclado) e conto para voces um pouco do que vi e senti ate o momento. A cidade eh um completo caos. Nao ha sinalizacao e sequer preferencial, mas ha muitos carros e luxuosos. Ate a Porche tem loja aqui. Terei que rever o sentido de desigualdade. Aqui o buraco eh profundo e de dimensoes indescritiveis.

O povo eh extremamente gentil e educado, ao mesmo tempo que eh desconfiado e temeroso. A historia da guerra eh muito recente e existem inumeras referencias na historia de cada pessoa que a viveu. Fora que o governo ainda tem policia secreta e nao gosta de oposicao.

Para quem nao sabe, Angola eh um dos grandes produtores de petroleo e diamantes no mundo e eh tambem, depois da China, o pais que mais cresce economicamente. De resto, nao produz praticamente nada, talvez com excecao de alguns pequenos produtores rurais e se ve muitas mulheres com bacias na cabeca vendendo frutas, lindas frutas. Por causa do petroleo e diamante, vive um boom de construcoes de predios de luxo. Mas por enquanto, o que se ve sao predios que parecem favelas verticais. Para se ter a garantia de ter luz eh preciso ter um gerador. E a luz eh tambem que garante agua, pois aqui a agua fica sempre embaixo, precisando de energia elétrica para puxa-la aos apartamentos.Mas estes apartamentos, para alugar, custam 4, 5 mil dolares por mes, com dois quartos.

Ao mesmo tempo, ao longo da guerra, que durou toda a decada de 90 ate 2002, milhares de pessoas vieram viver em Luanda, capital, com medo dos ataques. A cidade saiu de pouco mais de 400 mil habitantes para 4 milhoes - dados estimados. Este eh outro favor incrivel, nao existem estatisticas. Todo e qualquer numero eh dado seguno a experiencia ou impressao de tecnicos e politicos. O ultimo censo, se nao estou enganada, foi na decada de 70.

Tem uma mortalidade infantil que, segundo dados - como disse, estimados - de 190 criancas por mil nascidas e mortalidade materna de 660 por 100 mil. A expectativa de vida eh de 42 anos. Portanto, a coisa eh muito feia. Pelo menos 50% da populacao eh analfabeta.

Fui ao Kilamba Kiaxi, uma das maiores favelas daqui e nao sei como descrever. Lixo, muito lixo por toda a parte. Lama, lixo e total e absoluta miseria, com a maior parte da populacao sem acesso a agua e luz.

O Kilamba Kiaxi, segundo me disseram, nao eh o pior. Imaginem! Ha locais que um carro nao consegue chegar, mesmo com tracao, pois eh muita lama e lixo.

Estou numa pousada super simpatica. Sao varias irmas que a gerem. As senhoras montaram uma padaria na pousada, para meu desespero, pois o pao eh delicioso e o cheiro faz com que sempre queiramos comer o pao. Apesar de cara, a diaria eh de 160 dolares, me permite ir andando para o Unicef, o que da cerca de 30 minutos de caminhada. Alias, transporte aqui tambem eh uma doideira. Existem aqui dois servicos que eles chamam de taxi. Um eh do taxi tradicional que conhecemos, recentemente implantado no pais, que funciona das 7 as 22 horas. No dia em que cheguei, como sai para jantar com Ricardo, um colega daqui, tivemos que ir andando ate a casa dele e eu dormi no sofa dele, pois nao tinha como chegar na pousada. O outro taxi eh uma van, alias, milhares de vans que vao parando em tudo o que eh lugar e vivem lotadas e os motoristas sao alucinados. Alias, todo mundo aqui no transito eh alucinado. Outro conceito que terei que rever em relacao ao Brasil e ate mesmo a Belem.

Ricardo, a pessoa com quem estou trabalhando mais diretamente eh brasileiro. Grande figura. Tem grande experiencia na Africa. Ele me disse para eu nao depender de carro aqui pois seria muito complicado, e ele tem razao.

No caminho que faco todos os dias vejo o que ha de mais rico e o que ha de mais pobre. Tem sido legal.

Quanto ao meu trabalho, ainda estou tomando pe. Os processos sao complexos e o Estado angolano tambem. Sobre isto eu conto depois.

Ainda nao sei dizer se Luanda eh bonita ou nao. Sei apenas que conta com um mar bonito. Ainda nao visitei as praias que sao frequentadas pois elas ficam fora da cidade. As da cidade sao poluidas. Ha predios historicos incriveis na cidade e as musicas sao lindas. Ja consegui ganhar um CD de um rapper fantastico.

Ainda estou em processo de adaptacao. As vezes um pouco assustada, as vezes impressionada e impactada.

Depois conto mais.

Beijos e beijos,

Ida Pietricovsky de Oliveira



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23.3.11

Estamos de LUTO pelo Ficha Limpa

Mas depois do 
LUTO 
voltaremos à 
LUTA

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Quem ainda quer o fim do Capitalismo?




Companheiras e companheiras, segue abaixo a carta da Assembleia dos Movimentos Sociais no FSM, onde a está confirmada a data do 
Dia Internacional de Luta Contra o Capitalismo, dia 12 de outubro de 2011

DECLARACIÓN DE LA ASAMBLEA DE LOS MOVIMIENTOS SOCIALES

Forum Social Mondial 2011 – Dakar (Sénégal)
Du 6 au 11 Février
Assembleia de Convergência para Ação
10 Février
Nosotras y nosotros, reunidos en la Asamblea de Movimientos Sociales, realizada en Dakar durante el Foro Social Mundial 2011, afirmamos el aporte fundamental de África y de sus pueblos en la construcción de la civilización humana. Juntos, los pueblos de todos los continentes, libramos luchas donde nos oponemos con gran energía a la dominación del capital, que se oculta detrás de la promesa de progreso económico del capitalismo y de la aparente estabilidad política. La descolonización de los pueblos oprimidos es un gran reto para los movimientos sociales del mundo entero.
Afirmamos nuestro apoyo y solidaridad activa a los pueblos de Túnez y Egipto y del mundo árabe que se levantan hoy para reivindicar una real democracia y construir poder popular. Con sus luchas, muestran el camino a otro mundo, libre de la opresión y de la explotación.
Reafirmamos con fuerza nuestro apoyo a los pueblos de Costa de Marfil, de África y de todo el mundo en su lucha por una democracia soberana y participativa. Defendemos el derecho a la autodeterminación y el derecho colectivo de todos los pueblos del mundo.
En el proceso del FSM, la Asamblea de Movimientos Sociales es el espacio donde nos reunimos desde nuestra diversidad para juntos construir agendas y luchas comunes contra el capitalismo, el patriarcado, el racismo y todo tipo de discriminación.
En Dakar celebramos los 10 años del primer FSM, realizado en 2001 en Porto Alegre, Brasil. En este periodo hemos construido una historia y un trabajo común que permitió algunos avances, particularmente en América Latina donde logramos frenar alianzas neoliberales y concretar alternativas para un desarrollo socialmente justo y respetuoso de la Madre Tierra.
En estos 10 años vimos también la eclosión de una crisis sistémica, expresada en la crisis alimentaria, ambiental, financiera y económica, que resultó en el aumento de las migraciones y desplazamientos forzados, de la explotación, del endeudamiento, y de las desigualdades sociales.
Denunciamos el rol de los agentes del sistema (bancos, transnacionales, conglomerados mediáticos, instituciones internacionales etc.), que, en búsqueda del máximo lucro, mantienen con diversos rostros su política intervencionista a través de guerras, ocupaciones militares, supuestas misiones de ayuda humanitaria, creación de bases militares, saqueos de los recursos naturales, la explotación de los pueblos, y manipulación ideológica. Denunciamos también la cooptación que estos agentes ejercen a través de financiamentos de sectores sociales de su interés y sus prácticas asistencialistas que generan dependencia.
El capitalismo destruye la vida cotidiana de la gente. Pero a cada día nacen múltiples luchas por la justicia social, para eliminar los efectos que dejó el colonialismo y para que todos y todas tengamos una digna calidad de vida. Afirmamos que los pueblos no debemos seguir pagando por esta crisis sistémica y que no hay salida a la crisis dentro del sistema capitalista!
Reafirmando la necesidad de construir una estrategia común de lucha contra el capitalismo, nosotros, movimientos sociales:
Luchamos contra las trasnacionales porque sostienen el sistema capitalista, privatizan la vida, los servicios públicos, y los bienes comunes, como el agua, el aire, la tierra, las semillas, y los recursos minerales. Las transnacionales promueven las guerras a través de la contratación de empresas militares privadas y mercenarios, y de la producción de armamentos, reproducen prácticas extractivistas insostenibles para la vida, acaparan nuestras tierras y desarrollan alimentos transgénicos que nos quitan a los pueblos el derecho a la alimentación y eliminan la biodiversidad.
Exigimos la soberanía de los pueblos en la definición de nuestro modo de vida. Exigimos políticas que protejan las producciones locales que dignifiquen las prácticas en el campo y conserven los valores ancestrales de la vida. Denunciamos los tratados neoliberales de libre comercio y exigimos la libre circulación de seres humanos.
Seguimos movilizándonos por la cancelación incondicional de la deuda pública de todos los países del Sur. Denunciamos igualmente, en los países del Norte, la utilización de la deuda pública para imponer a los pueblos políticas injustas y antisociales.
Movilicémonos masivamente durante las reuniones del G8 y G20 para decir no a las políticas que nos tratan como mercancías!
Luchamos por la justicia climática y la soberanía alimentaria. El calentamiento global es resultado del sistema capitalista de producción, distribución y consumo. Las transnacionales, las instituciones financieras internacionales y gobiernos a su servicio no quieren reducir sus emisiones de gases de efecto invernadero. Denunciamos el “capitalismo verde” y rechazamos las falsas soluciones a la crisis climática como los agrocombustibles, los transgénicos y los mecanismos de mercado de carbono, como REDD, que ilusionan a poblaciones empobrecidas con el progreso, mientras privatizan y mercantilizan los bosques y territorios donde han vivido miles de años.
Defendemos la soberanía alimentaria y el acuerdo alcanzado en la Cumbre de los Pueblos Contra el Cambio Climático y por los Derechos de la Madre Tierra, realizada en Cochabamba, donde verdaderas alternativas a la crisis climática han sido construidas con movimientos y organizaciones sociales y populares de todo el mundo.
Movilicémonos todas y todos, especialmente el continente africano, durante la COP-17 en Durban, Sudáfrica, y la Río +20, en 2012, para reafirmar los derechos de los pueblos y de la Madre Tierra y frenar el ilegítimo acuerdo de Cancún.
Defendemos la agricultura campesina que es una solución real a la crisis alimentaria y climática y significa también acceso a la tierra para la gente que la vive y la trabaja. Por eso llamamos a una gran movilización para frenar el acaparamiento de tierras y apoyar las luchas campesinas locales.
Luchamos contra la violencia hacia la mujer que es ejercida con regularidad en los territorios ocupados militarmente, pero también contra la violencia que sufren las mujeres cuando son criminalizadas por participar activamente en las luchas sociales. Luchamos contra la violencia doméstica y sexual que es ejercida sobre ellas cuando son consideradas como objetos o mercancías, cuando la soberanía sobre sus cuerpos y su espiritualidad no es reconocida. Luchamos contra el tráfico de mujeres, niñas y niños.
Defendemos la diversidad sexual, el derecho a autodeterminación de género, y luchamos contra la homofobia y la violencia sexista.
Movilicémonos todos y todas, unidos, en todas las partes del mundo contra la violencia hacia la mujer.
Luchamos por la paz y contra la guerra, el colonialismo, las ocupaciones y la militarización de nuestros territorios. Las potencias imperialistas utilizan las bases militares para fomentar conflictos, controlar y saquear los recursos naturales, y promover iniciativas antidemocráticas como hicieron con el golpe de Estado en Honduras y con la ocupación militar en Haiti. Promueven guerras y conflictos como hacen en Afganistán, Iraq, la República Democrática del Congo y en varios otros paises.
Intensifiquemos la lucha contra la represión de los pueblos y la criminalización de la protesta y fortalezcamos herramientas de solidaridad entre los pueblos como el movimiento global de boicot, desinversiones y sanciones hacia Israel. Nuestra lucha se dirige también contra la OTAN y por la eliminación de todas las armas nucleares.
Cada una de estas luchas implica una batalla de ideas, en la que no podremos avanzar sin democratizar la comunicación. Afirmamos que es posible construir una integración de otro tipo, a partir del pueblo y para los pueblos y con la participación fundamental de los jóvenes, las mujeres, campesinos y pueblos originarios.
La asamblea de movimientos sociales convoca a fuerzas y actores populares de todos los países a desarrollar dos acciones de movilización, coordinadas a nivel mundial, para contribuir a la emancipación y autodeterminación de nuestros pueblos y para reforzar la lucha contra el capitalismo.
Inspirados en las luchas del pueblo de Túnez y Egipto, llamamos a que el 20 de marzo sea un día mundial de solidaridad con el levantamiento del pueblo árabe y africano que en sus conquistas contribuyen a las luchas de todos los pueblos: la resistencia del pueblo palestino y saharaoui, las movilizaciones europeas, asiáticas y africanas contra la deuda y el ajuste estructural y todos los procesos de cambio que se construyen en América Latina.
Convocamos igualmente a un Día de Acción Global contra el capitalismo el 12 de octubredonde, de todas las maneras posibles, rechazaremos ese sistema que destruye todo a su paso.
Movimientos sociales de todo el mundo, avancemos hacia la unidad a nivel mundial para derrotar al sistema capitalista!!
Nosotras y nosotros venceremos!!!

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22.3.11

Orai e vigiai - Senado abre para participação na Reforma Política



    Dizem os senadores:
    "Ajude o Senado a fazer leis melhores. Participe!
    O Senado Federal instalou a Comissão da Reforma Política com o objetivo de discutir temas estratégicos da vida política brasileira , como sistemas eleitorais, fidelidade partidária, financiamento eleitoral e partidário, cláusula de desempenho, suplência de Senadores.
    Clique aqui e veja o documento da Comissão com as propostas de mudanças para os principais temas da Reforma."
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12.3.11

"Liberdade", gênero feminino


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11.3.11

Terremoto no Japão revela causa do desabamento do Real Class


O terremoto que atingiu o Japão, de fato, foi terrível e devemos todos nos solidarizar com a1quele país.

Agora, o que me deixou mais espantado foi em ver a espessura do asfalto. Reparem bem, mesmo com um terremoto de mais de 8 pontos, o asfalto se parte em placas consistentes. Tudo dentro das normas técnicas.

Se fosse por aqui... haja real Class

Desculpem, não resisti.

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10.3.11

Documento final da II Conferência Nacional de Economia Solidária

Pelo Direito de Produzir e Viver em Cooperação de Maneira Sustentável




Documento disponível no site do FBES em
Clique na capa do documento logo abaixo


Ou copie o endereço abaixo:


www.fbes.org.br/?option=com_docman&task=doc_details&Itemid=18&gid=1324




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4.3.11

Pesquisa: Mulheres brasileiras nos espaços público e privado 2010, download completo



Pesquisa Mulheres brasileiras nos espaços público e privado 2010

publicado em 21/02/2011

A pesquisa Mulheres brasileiras e gênero nos espaços público e privado realizada em 2010 pela Fundação Perseu Abramo, por meio de seu Núcleo de Opinião Pública, e em parceria com o SESC, apresenta a evolução do pensamento e do papel das mulheres brasileiras na sociedade. Entre os temas abordados no estudo estão: Percepção de Ser Mulher:Feminismo e Machismo; Divisão Sexual do Trabalho e Tempo Livre; Corpo, Mídia e Sexualidade; Saúde Reprodutiva e Aborto; Violência Doméstica e Democracia, Mulher e Política.
A introdução do recorte de gênero é a grande inovação deste estudo que desta vez ouviu mulheres e homens sobre a situação da mulher brasileira. Os resultados podem ser comparados aos do estudo realizado pela FPA em 2001. Essa comparação aponta melhorias na situação da mulher, mas também comprova que há um longo caminho a percorrer na valorização e na inserção da mulher na sociedade.

Para download da pesquisa completa clique no ícone abaixo:


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3.3.11

Fórum Paraense de Economia Solidária: Conferências Nacionais previstas para 2011

Fórum Paraense de Economia Solidária: Conferências Nacionais previstas para 2011: "Até agora estão previstas 13 grandes conferências nacionais de políticas públicas muito importantes, com destaque para a Conferência sobre..."
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Notícia distorce saída de Yunus do Grameen bank

A manchete "Nobel da Paz é demitido de seu próprio banco" da AFP/R7, reproduzido na Globo news há pouco (00:31 de 04.03.2011),distorce a informação sobre a saída compulsória de Yunus do Grameen bank(banco do povo). E, ainda retoma acusação de desvio não comprovada de 1996.


Na verdade, Yunus é oposição ao governo de Bangladesh, da primeira-ministra Sheikh Hasina, com isso requentaram a acusação de 96 no final do ano passado, para confundir a opinião pública nacional e mundial para obter apoio agora ao impor uma aposentadoria compulsória por idade, aproveitando que Yunus completou 70 anos e a legislação daquele país que permite que o banco central possa fazer isso.


Portanto, o afastamento foi imposto de fora do Grameen e nada tem a ver com irregularidades na gestão do banco. Mesmo não sendo unanimidade, nem no movimento da Economia Solidária, Yunus continua sendo uma das referências mais inspiradoras de uma nova prática econômica inclusiva.


O economista bengalês Muhammad Yunus tem o apelido de "banqueiro dos pobres". Com empréstimos de pequenos valores, ele foi pioneiro em conceder crédito a quem nunca teria uma conta em um banco comum. A instituição criada por ele em Bangladesh, o Grameen Bank, rendeu a Yunus até o Nobel da Paz de 2006. 
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2.3.11

Sessão do Desapego ganha as páginas dos jornais e espaço na TV

 
O primeiro Clube de Trocas Solidárias do Pará, o Grupo Deixapega que promove a Sessão do Desapego, que já conta com o apoio do Fórum Paraense de Economia Solidária(FPES), é formado por jovens de Belém que espontaneamente buscaram formas solidárias de obter aquilo que precisam de forma humanizada na forma da economia sem dinheiro. De quebra, ainda ajudam as pessoas a superarem a mesquinhez do instinto de acumulação material que o capitalismo introjetou nas pessoas, trabalhando nelas o sentimento e a compreensão de que a busca de segurança deve estar em relacionamentos  sinceros, honestos e transparentes e não em coisas.
Parabéns Bernardo e Mariana que idealizaram e coordenam o evento, temos muito o que aprender com vocês. Sejam bem vindos à Economia Solidária. 
E não percam: Hoje(02.03.2011) às 14hs Berna e Mari estarão no Sem Censura da TV Cultura.

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1.3.11

Nem precisava dizer que é do Millor

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27.2.11

O PT e o desafio da Democracia Econômica, da Economia Solidária e do Socialismo


O PT e o desafio da Democracia Econômica, da Economia Solidária e do Socialismo

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O PT, de acordo com sua Carta de Princípios, reivindica como objetivo maior a construção de uma Sociedade Socialista. Uma Sociedade radicalmente democrática em que as desigualdades econômicas, enquanto oportunidades, seriam eliminadas para que a riqueza da diversidade humana possa florescer em plenitude com base em relações políticas equilibradas, consolidadas por uma cultura profundamente solidária, de percepção profunda da semelhança entre os seres humanos, portanto iguais em direitos e deveres sem espaços para as dominações, explorações e discriminações de qualquer tipo.

Também é preciso dizer que a opção e proposição Socialista, surge da convicção ética e prática de que o mundo só será bom para mim permanentemente, se o for para todos os demais indivíduos que partilham comigo uma Sociedade. Ora, se vivo em um ambiente de miséria material e espiritual, se meus amigos, familiares, parceiros de trabalho ou mais quem preciso e/ou gosto, sofrerem com alguma seqüela deste mundo absolutamente insalubre, também sofrerei conseqüências. O vírus das doenças que brotam das condições de saneamento precário infecta o pobre e o rico, o ar poluído por uma relação devastadora do atual modelo econômico com a natureza entra no nariz do pobre assim como no do rico, a violência urbana que afeta o pobre também afeta o rico e por aí vai. Ou seja, a opção pelo Socialismo não nasce de uma motivação emocionalmente caritativa, mas racionalmente solidária.

Caridade é uma relação vertical entre quem tem e quem não tem. Solidariedade é o encontro de dois ou mais em torno de um objetivo comum. Portanto, o Socialismo e a Economia Solidária são, antes de qualquer coisa, expressões de inteligência. Por isto precisamos entender que um projeto de sociedade é determinação da cultura da sociedade – cultura enquanto valores, crenças, hábitos e condutas que uma sociedade, em sua prática concreta, dá importância e prestígio. Cultura como construção em dois atos simultâneos e interdependentes: a Política e a Economia.

Tal elaboração parte do pressuposto que jamais teremos democracia política enquanto não houver democracia econômica. Já que, independente do que está escrito no texto da lei, o exercício efetivo de direitos, na Sociedade Capitalista, é decorrente da posição econômica dos indivíduos.

Ou seja, mesmo que na lei esteja escrito que todos “são iguais”, no cotidiano da vida prática – que é o que importa -, um pobre tem muito menos chances de exercer seus direitos básicos como comer, estudar e ter saúde, que um rico. Tanto pelo que sua posição sócio-econômica lhe confere de informação e conhecimento quanto, de capacidade efetiva para fazer valer seus direitos diante das instituições do mundo capitalista que a tudo atribuem valor em dinheiro, exatamente o que o pobre, no conceito capitalista, não tem. Fato este, que só é possível pela absorção psicológica, pelos indivíduos, de valores éticos e morais que normalizam a miséria e as discriminações que formam a cultura capitalista que sustenta, mais do que um modo de produção, um modo de vida.

Aliás, como política e economia estão juntas e misturadas, mesmo nas relações políticas, a situação econômica de cada participante do jogo de poder, pesa decisivamente. Uma coisa é ser líder, porque com idéias polariza militantes sem perder a horizontalidade na relação de poder que com eles estabelece. Outra coisa é ter um grupo político constituído por um chefe e os demais que são funcionários ou fornecedores do primeiro, verticalmente abaixo deste.

Portanto, não há como alicerçarmos hoje, nas condições que temos, a construção de uma Sociedade Socialista, e um Partido Socialista, sem que se trabalhe a alteração das relações econômicas desde o cotidiano e, as relações de produção e democratização da educação e do conhecimento, trabalhando a absorção social de uma nova cultura baseada na solidariedade entre os seres humanos.

Abordando por outro ângulo, também poderíamos dizer que, se o Capitalismo é sustentado por uma dada formação econômica e pelo conjunto de valores que formam a cultura que o sustenta, não há como trabalhar a construção do Socialismo reproduzindo na prática as mesmas relações político-econômicas verticais e os mesmos valores culturais, baseados na convicção da não semelhança entre os seres humanos.

Com outras palavras ainda, não há como construir os elementos econômicos e culturais pró Socialistas através de práticas que reproduzem a concentração de renda e poder. Mais uma vez, é preciso admitir que só se colhe o que se plantou. Jamais colheremos solidariedade pró Socialismo se no cotidiano da política e da economia, reproduzimos na prática a semeadura de valores Capitalistas como a concentração e acumulação de recursos, a competição que elimina os concorrentes e a tudo justifica, inclusive a corrupção. Além das práticas que reproduzem discriminações que tornam uns, menos dignos do exercício pleno da cidadania, que outros.

Mas para não sermos de todo irresponsáveis com a natureza complexa deste debate, precisamos mergulhar um pouco na dimensão histórica e teórica.

Marx e a natureza da Transformação Social

A afirmação de Karl Marx de que “em última instância”, a consciência humana e as relações sociais decorrentes, são determinadas pela economia, no prefácio da Introdução à Crítica da Economia Política, produziu reflexões que se materializaram, no seio da tradição de esquerda, em duas fortes correntes teóricas e políticas. A dos que pensam a política linearmente a partir da economia, prática que marcou profundamente a tradição de esquerda até os anos 80, no caso brasileiro. E, a dos que criticaram Marx, a partir do próprio exercício crítico dialético marxista – outra tradição da esquerda até os anos 80 – no sentido de apontarem a incorreta relação estabelecida pelo gênio alemão entre infraestrutura e superestrutura ou, entre o sujeito e o objeto.

Os críticos defendiam, e ainda defendem, que Marx se equivocou porque se é verdade que o objeto(infraestrutura das relações sociais ou as relações de produção, ou ainda, a economia) é anterior(pré existente) ao sujeito, o sujeito(ser humano) lhe é superior porque único capaz de transformá-lo. Portanto, a consciência do sujeito não é resultado do objeto(infraestrutura econômica) mas do conflito dialético de sua experiência concreta e suas reflexões autônomas.

Ou seja, a consciência social média(superestrutura) é uma construção a partir da relação direta com a infraestrutura econômica, mas superior porque capaz de projetar mentalmente uma nova realidade desejada. Não fosse assim, concluem, Marx teria eliminado a capacidade de transformação social a que se dedicou a vida inteira.

Se considerarmos o momento histórico desta obra, 1859, é possível entender que Marx vivia efusivamente o Cientificismo, em que a ciência, enquanto atividade humana, consolidava a libertação das sociedades do longo período obscurantista medieval que tudo justificava por desígnios divinos – concluindo um trabalho iniciado pelo Renascimento e o Iluminismo. Não por acaso, o pai do comunismo, argumenta que o método que utiliza “é o método cientificamente exato. O concreto é concreto porque é síntese de muitas determinações, isto é, unidade do diverso. Por isso o concreto aparece no pensamento como processo de síntese, como resultado, não como ponto de partida, ainda que seja o ponto de partida efetivo e, portanto, o ponto de partida também da intuição e da representação(humana)”.

Mas havia ainda uma segunda grande motivação em Marx naquele momento, o combate à dialética idealista de Hegel. Não por acaso, a obra de que tratamos surge após 15 anos de estudos com forte ênfase na crítica da Filosofia do Direito em Hegel. Sendo neste contexto então que Marx afirmou que "na produção social da própria vida, os homens contraem relações determinadas, necessárias e independentes de sua vontade, relações de produção estas que correspondem a uma etapa determinada de desenvolvimento de suas forças produtivas materiais."

Marx então avança dizendo, "A totalidade destas relações de produção forma a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual se levanta uma superestrutura jurídica e política, e à qual correspondem formas sociais determinadas de consciência". E arremata, "Não é a consciência dos homens que determina o seu ser, mas, ao contrário, é o seu ser social que determina sua consciência". Reduzindo, portanto, o papel superior e transformador da consciência humana.

Logo adiante, para resolver a contradição com a questão da transformação social elabora, "Em uma certa etapa de seu desenvolvimento, as forças produtivas materiais da sociedade entram em contradição com as relações de produção existentes ou, o que nada mais é do que sua expressão jurídica, com as relações de propriedade dentro das quais aquelas até então tinham se movido". De maneira que: "De formas de desenvolvimento das forças produtivas estas relações de produção se transformam em seus grilhões. Sobrevem então uma época de revolução social". Observe que Marx diz mais de processo do que de colapso.

E segue: "Uma formação social nunca perece antes que estejam desenvolvidas todas as forças produtivas para as quais ela é suficientemente desenvolvida, e novas relações de produção mais adiantadas jamais tomarão o lugar antes que suas condições materiais de existência tenham sido geradas no seio mesmo da velha sociedade. È por isso que a humanidade só se propõe as tarefas que pode resolver, pois, se consideramos mais atentamente, se chegará à conclusão de que a própria tarefa só aparece onde as condições materiais de sua solução já existem, ou, pelo menos, são captadas no processo de seu devir". Aqui é que Marx escorrega, segundo seus críticos. Em seu pensamento, quase não há liberdade para a elaboração da consciência humana.

Ora, quando Leonardo Da Vinci desenhou o “helicóptero”, em 1540 aproximadamente, não havia qualquer base material para construí-lo com eficácia, nem semelhanças naturais como um pássaro ou algo parecido, mas não há dúvidas que o conceito desta criação apontou um processo que a fez matéria em 1942, 400 anos depois – mas é disso que tratamos aqui, de processos.

Contudo, Marx descreve da seguinte maneira o processo de transformação social: "Com a transformação da base econômica, toda a enorme superestrutura se transforma com maior ou menor rapidez”. Ou seja, “as formas jurídicas, políticas, religiosas, artísticas ou filosóficas, em resumo as formas ideológicas, fazem os homens tomarem consciência deste conflito e o conduzirem até o fim".

Para além da polêmica

Bem, ressalvado a inconclusão deste debate, o certo é que a economia ocupa um papel central em qualquer concepção de Transformação Social. Ou seja, não há como contornar a tarefa de construir novas condições e relações econômicas cotidianas se o Socialismo for, de fato, um objetivo verdadeiro.

A partir daí, as estratégias de conquista da livre opção da Sociedade pelo Socialismo ou, por uma Sociedade Solidária, passa também com centralidade pela introjeção de uma nova cultura econômica a partir do cotidiano, o que exige a combinação de estratégias no espaço público de Estado com estratégias autogestionárias no espaço privado ou particular da Sociedade Civil.

A grande contribuição que o movimento por uma Economia Solidária oferece à tradição socialista é que a conquista da Sociedade para o projeto Socialista não pode esperar as conquistas apenas no plano macroeconômico – que, de certa forma, também guarda relação com o que se constrói no dia-a-dia da sociedade.

É certo que as políticas distributivas de renda, como o Bolsa Família ou a recuperação real do Salário Mínimo, dentre muitas outras(Prouni, Minha Casa etc), são de importância máxima e capazes de reverter o brutal processo de exclusão que ainda avilta multidões em nosso país. E, sem dúvidas, são as responsáveis pelo terremoto social que está acontecendo no Brasil principalmente com a erupção de uma quantidade expressiva de novos consumidores, o que tem sido decisivo para uma propulsão da economia nacional que não acirra a concentração de renda, ao mesmo tempo que nos confere uma grande estabilidade frente às crises internacionais, propiciando o exercício de nossa soberania nacional em patamares impensáveis há apenas 10 anos atrás, tal como nos parecia a questão da Dívida Externa que tínhamos como Eterna e simplesmente acabou, considerando as dimensões anteriores aos governos do PT.

Na verdade, o acesso de mais segmentos sociais ao mercado, diz respeito ao processo de democratização da economia, o que é importante em si, mesmo em uma Sociedade Capitalista. Ora, já é um significativo consenso a compreensão de que a condiçaã econômica concorre diretamente para o exercício efetivo dos direitos sociais e políticos inclusive. Como já vimos, sem democracia econômica jamais teremos democracia.

No entanto, no plano da construção de valores pró Socialistas, como a cooperação, a solidariedade e a capacidade de potencializar as diversidades humanas que temos em nossa nação, contribuem pouco porque ainda estão centradas no paradigma do consumo na lógica da acumulação individualista.

É claro que ninguém pensa em Socialismo com fome. Para os enormes segmentos sociais excluídos da Sociedade Capitalista, que significa “estar fora do mercado” ou ainda, “fora dos que podem comprar”, passar a consumir é um processo de inclusão social radical e cidadania que pode até ter um cunho revolucionário, e este é que é o ponto.

Não estamos tratando com coisas excludentes. A reversão macroeconômica dos indicadores de concentração de renda pode, e deve, se combinar com estratégias que fortaleçam práticas de uma nova forma de consumir, de comercializar, de produzir, inclusive em escala.

O Socialismo não será produto de decreto presidencial, nem de Lei do Congresso – ainda que a formalização seja desejável. O Socialismo se firmará de fato, quando a Sociedade abraçar, por vontade própria, os princípios e valores socialistas e isto não será produto apenas da razão, assim como qualquer dos valores e princípios que na prática reproduzimos. Valores e princípios são produto pedagógico de uma vivência humana real, por isso a família e os círculos comunitários pesam tanto.

A Economia Solidária oferece uma vivência humana real e cotidiana baseada na autogestão, na cooperação e na solidariedade capaz de, mesmo em macroambiente econômico capitalista, vicejar como a boa muda, de baixo pra cima, respirando nos interstícios do sistema, se alimentando dos nutrientes mais profundos dos seres humanos e, se a raiz for forte, será capaz de quebrar até concreto armado que tente lhe impedir de crescer, como as raízes das mangueiras de Belém rompem as amarras das calçadas.

A partir de laços solidários entre amigos, parentes e companheiros, a Ecosol propõe que se reinvente a troca, célula fundamental da economia. Propõe que cada indivíduo tenha a inteligência e o amor necessários para equilibrar e harmonizar a sua realização pessoal com a melhor opção social. Propõe que se reaprenda e se ressignifique o sentido de “riqueza” – do “ter muito” para “ser muito” feliz. Propõe que se reaprenda e se ressignifique o sentido de “felicidade” – do “conforto material” para o seguro “acolhimento” dos amigos.

Mais uma vez, não há contraposição entre “ter conforto material” e “ser feliz, acolhido pelos que gostamos”. É só ter claro o que é mais importante e fundamental para uma Sociedade Sustentável, equilibrada e saudável. Ou seja, não há mal em “ter”, se isto não prejudicar o “ser” – tanto individual quanto socialmente.

Portanto, um partido Socialista, enquanto expressão política e instituição que organiza segmentos sociais concretos, possui a oportunidade estratégica de ajudar a fluir a conexão tanto no plano macro das políticas públicas quanto no plano das experiências particulares, no seio da sociedade civil.

Por exemplo, como a Economia Solidária é uma alternativa viva de economia, o partido poderia dar o exemplo, enquanto organização de pessoas e entre seus parlamentares, gestores públicos, lideranças, dirigentes e militantes, estimulando e motivando que passem a produzir e consumir dentro dos princípios da Ecosol.

Este simples exercício, de estimular que os seus membros pensem seus empreendimentos cooperativamente, que passem a freqüentar feiras e empreendimentos de economia solidária, que participem de Clubes de Trocas, de bancos Comunitários, que usem Moeda Social etc, demonstraria para o conjunto da sociedade o sentido com que fazemos política. Ao mesmo tempo, teríamos o próprio exemplo, além do discurso, a conquistar mais e mais pessoas, não apenas para uma nova prática econômica, senão que para uma nova Sociedade.

Imaginem se o PT chamasse os seus militantes e simpatizantes – se tratarmos de filiados, são 14 mil só em Belém – que estão nos sindicatos, nas associações de moradores, nas ong´s, que são empresários, que são parlamentares, que são lideranças sociais, que estão nos movimentos de mulheres, negros, juventude, deficientes, idosos, etc, para debater sobre a construção de políticas públicas e iniciativas práticas inovadoras tanto na dimensão estritamente política, buscando construir uma democracia participativa com Controle Social sobre o Estado. Quanto na dimensão econômica, buscando construir uma Economia solidária. Tanto para ocupação programática de espaços públicos quanto na ação prática no seio da Sociedade Civil. Se somássemos este potencial, rapidamente criaríamos uma referência de mudança prática e palpável no sentido do Projeto de Sociedade que defendemos em discurso. Pautando a agenda pública a partir dos nossos interesses estratégicos ao invés de continuarmos sendo pautados pelos interesses das elites capitalistas que é o fortalecimento de seu modelo de sociedade em torno da idéia que as soluções dos problemas virão apenas de mega projetos econômicos.

Talvez assim, exercitando a convergência de ação, pudéssemos ainda recobrar o bom senso nas disputas internas e ganhar a sabedoria de somarmos todas as nossas diversidades no rumo do que nos unifica, colocando a Sociedade no centro de nossas interlocuções e admitindo que, com esta, nossos exemplos práticos são mais eloqüentes que qualquer discurso. Precisamos retomar a capacidade de inventar e nos reinventar.

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25.2.11

Obrigado, senador.

Em recente entrevista cedida ao grande jornalista Correa Neto, o senador Randolfe Rodrigues Psol/AP respondeu.

C- Porque você saiu do PT?

R- Eu tenho por convicção uma lógica, o objetivo de um partido político, seja qual for, é a conquista do poder, para mudar o poder e não para ser mudado por ele. O meu sentimento é que com o PT, ao invés de mudar o poder, o partido é que foi mudado pelo poder. Isso não desmerece maravilhosos quadros éticos que existem dentro do PT. Eu não tenho nenhuma relação de ódio ou rancor com o PT. É lógico que eu sofri muito com a mudança, e como em toda separação o primeiro momento é um momento de rompantes. Mas amadureci com o tempo e tenho ótimos amigos no PT, posso citar vários os quais posso chamar de companheiros. Mas acho que o PT, enquanto instituição, perdeu a perspectiva de ser um instrumento de mudar o poder e acabou sendo transformado.

Há dias almocei com um expressivo quadro petista do Pará, que é João Cláudio Arroyo, um quadro decente, honesto, progressista. Eu estaria em qualquer organização política ao lado de Arroyo. O governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, também é um importante quadro. Então, tem uma quantidade enorme de figuras, e eu destaco que nós estaremos aliançados em muitas causas pelo Amapá e pelo Brasil. Rompi em 2005 com o PT porque eu não acreditava que naquele momento uma refundação do partido seria possível, e é necessária."

De minha parte, só tenho a dizer que me cantando desse jeito... é duro resistir....

Mas falando sério, o respeito e admiração são mútuos, em função de uma história política concreta que partilhamos há mais de 10 anos.

Obrigado senador.

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19.2.11

O PT, a Reforma Política e o desafio da democracia participativa e do Controle Social sobre o Estado

O PT, a Reforma Política e o desafio da democracia participativa e do Controle Social sobre o Estado

A Reforma Política, colocada por Dilma como prioridade de seu governo, é uma peça central no tabuleiro da ordem política nacional após a “reacomodação de camadas” após o terremoto social que as políticas públicas redistributivas da Era Lula, provocaram na estratigrafia social brasileira.

Acontece que “o risco que corre o pau, corre o machado”. A Reforma Política coloca uma oportunidade de ouro para aprofundarmos e ampliarmos a democracia brasileira. Ou, se não cuidarmos como é preciso, que tenhamos revezes democráticos que limitem ainda mais a nossa recente democracia.

Isto porque a cultura democrática da sociedade brasileira, ou seja, os valores e costumes que se reproduzem no dia-a-dia da conduta prática da maioria dos brasileiros, não está baseada majoritariamente sobre relações democráticas tanto no espaço privado da família, empresas, do comércio e outras organizações particulares, quanto no espaço público da escola, da igreja, da mídia, do governo, do parlamento e do judiciário.

Ou seja, os indivíduos nem se perguntam se é correto ou não que um grupo pequeno ou, muitas vezes, uma só pessoa, tomem as decisões que afetarão o coletivo sem nem consultá-lo. Há ainda os que gostam e reivindicam exatamente este tipo de relação. Não por acaso, somos o país do rei do futebol, rei momo, rei das baterias, rei da empadinha etc.

No plebiscito sobre a forma de governo no Brasil, a República venceu com 44 milhões de votos, mas a Monarquia teve quase 7 milhões de votos, sendo que mais 7 milhões foram em branco e quase 9 milhões de votos nulos. Além disso, a opção pela República guarda várias alternativas não democráticas. Mas o que é importante é que há grupos organizados que assim concebem a sociedade reúnem recursos e fazem campanha.

Ora, se para o PT o “socialismo será democrático ou não será socialismo”, como afirma nossos documentos básicos sobre o socialismo petista, a tarefa de ampliar e aprofundar a cultura democrática na sociedade brasileira em todos seus espaços, deve ocupar o centro de nossas estratégias políticas, econômicas e administrativas onde petistas são gestores e lideranças.

Não foi sem propósito que na década de 90, o saudoso Modo Petista de Governar, marca que servia de referência para a sociedade e as administrações petistas se diferenciarem dos conservadores, trazia como carros-chefe a Inversão das Prioridades, no sentido da aplicação dos recursos públicos para os setores até então excluídos, e o Orçamento Participativo, que inspirou importantes iniciativas onde o cidadão e a cidadã participavam da decisão, total ou parcialmente, sobre o destino dos recursos públicos, particularmente os destinados à investimentos. Dois fazeres que deixavam claro para a sociedade nosso compromisso com o aprofundamento da democracia e seu sentido popular.

Uma das conseqüências do terceiro congresso do PT foi a “relativização” do Modo Petista de Governar para que pudéssemos atrair setores ainda não convencidos destas medidas, no sentido de viabilizar nosso projeto político-eleitoral, o que se demonstrou correto com a eleição de Lula em 2002, após 3 outras tentativas anteriores.

No entanto, após 8 anos de um governo coordenado pelo PT e as transformações que, apesar de inconclusas, já possuem um sentido claro na direção de uma sociedade mais equilibrada socialmente, fundamento primeiro do desenvolvimento sustentável, talvez tenha chegado a hora de voltarmos a pautar a sociedade, em sua agenda pública, com o aprofundamento da democracia no sentido de ampliar e aperfeiçoar mecanismos de participação direta na elaboração, decisão e implementação de políticas públicas a partir do orçamento público e de valorizar e difundir as boas práticas de Controle Social sobre o Estado.

Como se sabe, o ser humano se acostuma com tudo, até com o que é ruim, e vai “normalizando” as práticas sociais que assim vão se transformando em cultura passando a não chocar mais as pessoas. Assim é ver a multidão passar tranqüila diante de uma criança que revira lixo procurando o que comer ou se acomodar diante de uma atitude ditatorial tomada por alguém.

O ponto de partida é promovermos a reflexão sobre a necessidade do aprofundamento e aperfeiçoamento da democracia na sociedade brasileira, mas não apenas com cursos e discursos, sobretudo com sua prática institucional, ou seja, como o partido em si é administrado e, como seus militantes cumprindo papéis de gestor, dirigente ou liderança, onde quer que estejam, agem.

Lembro que a proposta do PED(Processo Eleitoral Direto) tinha este propósito. Na época, a idéia era dar à sociedade uma demonstração de que o PT é uma experiência política comprometida com a democracia a partir de si mesmo e, de fato, o PED fez do PT o único partido brasileiro, e não tenho notícia de outro no mundo, que tem a escolha de seus dirigentes por votação direta de seus filiados.

Só que, como a prática é o critério da verdade, como dizia Marx, as últimas edições do PED demonstrou que se os petistas não refletirem sobre suas próprias escolhas, teremos sido derrotados no que nos é mais caro, nossos sonhos.

No Pará, o ultimo PED transcorrido em 2009, combinou diversas práticas que na legislação eleitoral vigente no país, são criminosas: transporte de eleitores, oferta de vantagens econômicas aos eleitores como o pagamento das anuidades, entre outras atrocidades cometidas com a plena anuência das instâncias de gestão partidária.

Sem falar que inúmeras pessoas que foram abordadas na campanha, sequer sabiam que eram filiadas. Produto de um processo de filiação em massa sem qualquer critério que fez com que o número de filiados em Belém saltasse de 6 para 14 mil filiados. Antes, filiado era sinônimo de militante, agora, não mais.

Mais uma vez, a lógica enlouquecida da disputa interna sem limites éticos, se sobrepõe sobre a construção da credibilidade do PT junto à sociedade como referência de uma nova opção política real. O que a sociedade assistiu foi o uso deslavado e aberto da estrutura partidária, da influência obtida na ocupação de espaços público no executivo e no parlamento e, enfim, o uso brutal do poder econômico mascarando a vontade real e consciente dos filiados. Exatamente o que antes, dizíamos combater.

É verdade que o marco regulatório interno do PT ganhou muito quando seu congresso aprovou o Código de Ética de redação brilhante e irretocável. Mas que, de nada valerá se os militantes, principalmente as lideranças públicas e dirigentes, não trabalharem com afinco para que, o que está escrito, se torne uma cultura, um valor, no cotidiano partidário.

Mais uma vez, ao dizer isso, escutamos sorrisos e olhares nos acusando de ingenuidade. Bom, se combater o uso aético do poder econômico e político conquistado por alguns, justamente por esforço partidário coletivo, for ingenuidade, então foi absolutamente ingenuidade ter criado o PT, ter lutado por 30 anos, ter visto irmãos tombarem em batalha, ter criado na sociedade o sonho de que era possível mudar, enfim, então é ingenuidade ser socialista?

Engraçado, foi a mesma coisa que escutei de conservadores admiradores da ditadura, quando comecei a minha militância política no início da década de 80.

Pelo avanço geral da democracia no Brasil e no mundo, pelas novas conquistas dos novos movimentos sociais, estou convicto que eu estava certo quando fiz minha opção de vida pelo socialismo ou, como hoje prefiro, por uma sociedade solidária.

Por tudo isso é fundamental aproveitarmos o processo da Reforma política para pautarmos a sociedade, a partir de nossas elaborações e exemplos práticos, com propostas de aprofundamento da participação popular na democracia que temos, bem como do Controle Social sobre o Estado como um todo.

Poderíamos anunciar o Orçamento Participativo Petista, para discutir com transparência absoluta a gestão dos recursos do partido. Poderíamos promover audiências públicas mensais com nossas bancadas para que militantes e simpatizantes possam acompanhar o que se faz, em nome do PT, no legislativo. O mesmo com os gestores públicos petistas sobre a atuação no órgão para o qual foi indicado por força partidária. Nossos prefeitos podem se tornar em ícones públicos da democracia participativa, é só querer. O mesmo podemos fazer em nossos sindicatos, ONGs etc.

Mais uma vez, é uma questão de escolha.

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