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14.10.09

Entrevista para Blog da Edilza



1) Desde quando você é militante do Partidos dos Trabalhadores? e por que esta opção ?
Desde 1982. O grupo político em que militava, o PRC(Partido Revolucionário Comunista) que atuava clandestinamente, acabava de eleger o vereador Humberto Cunha pelo PMDB, como estratégia de enfrentamento às forças da Ditadura Militar que combatíamos, e, como passo seguinte na mesma estratégia, nos filiamos ao PT fazendo assim seu primeiro parlamentar em Belém. No início, a escolha pelo PT era um movimento tático. No entanto, o avanço da democracia que conquistamos nos colocou diante do desafio estratégico de pensar a transformação social não mais a partir de um movimento armado que culminaria com a tomada do poder, mas a partir de movimento de massas combinados com avanços institucionais conquistados em processos eleitorais. Com a constituição de 88, isto de consolidou e acabou fazendo com que nosso grupo, em congresso nacional, decidisse pela dissolução e diluição no seio do PT, para reforçá-lo. Alguns outros grupos que tinham uma organização como a nossa não se diluíram, apenas se converteram em tendência no interior do PT. Talvez por isso, até hoje, tenha gente que não acredite na nossa dissolução e sofra com visões do fantasma do PRC, até hoje.

2) Conte um pouco de sua trajetória no PT ?
Quando entramos no PT, em 82, trouxemos também o maior grupo de militantes estudantis universitários do estado, a Caminhando, entre outros militantes que atuavam no movimento sindical, comunitário, em igrejas e em ong’s. Eu era um dos militantes que organizava o movimento estudantil universitário que foi, ao lado do movimento sindical, uma das principais bases para o fortalecimento do PT em sua primeira década. Período em que lutamos contra a privatização das universidades públicas e tivemos conquistas históricas com a “Meia Passagem”. Depois fui convidado para fundar a UNIPOP(Instituto Universidade Popular) que tinha como missão a formação dos militantes para o enfrentamento político já na democracia e, onde fui educador por 12 anos. Lá, pudemos participar ativamente da primeira eleição direta para presidente, em 89. Na década de 90 é que passei a compor o diretório estadual por um ou dois mandatos, depois fui secretário de formação do diretório estadual, quando ajudamos a coordenar 3 Conferências da Amazônia, fui da coordenação nacional do setorial ambiental do partido, ajudamos a escrever o capítulo “Amazônia” no programa de Lula, em 2002, e minha tarefa mais recente, como militante do partido, foi na assessoria à coordenação da campanha do companheiro Mário Cardoso a prefeito de Belém.

3) Por que tantos candidatos ao PT – Belém? Em sua opinião, o que significa esta disputa, este processo é bom para o PT?
Acho que a unanimidade que se formou em torno do nome de João Batista, nosso candidato a reeleição como presidente estadual, fez com que a disputa interna ganhasse maior expressão na eleição para o diretório do PT Belém e demais municípios. E acho que a oportunidade de exercitarmos a democracia petista ajuda mais o partido do que as disputas frias, como será a estadual. Na disputa há chance de novas idéias na busca de adesões, a militância é procurada e tem a chance de se manifestar como fazia mais ativamente no passado. E acho que este processo em Belém, pelo nível dos candidatos, deve proporcionar um grande momento de reflexão no seio da militância petista.

4) Por que sua candidatura a presidência do PT Belém ? e o que ela difere das outras?
Depois de 28 anos como militante, esta é a primeira vez que sou candidato. Por que?
Porque nunca foi um projeto pessoal, se eu quisesse já teria sido. Eu sempre me coloquei como um técnico, com visão política, um assessor comprometido e um educador engajado aos movimentos populares, acontece que ao longo de todos esses anos fui me decepcionando, como vários outros militantes, com os projetos políticos que apoiamos e falharam em dois pontos principais: Primeiro, a prática política foi mudando até fazer com que o que era construído coletivamente passasse a ser decidido por poucos e até por uma única pessoa. A liderança passou a ser chefia e os militantes passaram a ser funcionários. Lutamos tanto contra a opressão da Ditadura, agora vemos companheiros com medo de expressar suas próprias idéias, por medo de perderem o emprego ou alguma vantagem, acho isso grave. Precisamos voltar a refletir sobre a liberdade para não cairmos em novo tipo de dominação. Segundo, em nosso programa partidário, na estratégia de transformação social rumo ao socialismo, a conquista de espaços públicos, como no parlamento ou executivo, deve ser um meio e não um fim em si mesmo. Os cargos deveriam ser para executar tarefas estratégicas para a construção do socialismo como está na Carta de Princípios do PT, e não para apenas reproduzir feudos políticos. Acho que, como partido, precisamos nos perguntar o tempo todo, o que estamos fazendo de concreto hoje, com o poder que temos, para conquistar a sociedade para o Socialismo? Para convencê-la com atitudes, resultados e argumentos a escolher as soluções que o socialismo propõe à sociedade baseado em valores como a solidariedade, a justiça e a sustentabilidade? Por que não conseguimos fazer do Orçamento Participativo, uma instituição adotada pela sociedade, independentemente de governo? Por que não debatemos abertamente, diante da sociedade, nossas conclusões sobre a dolorosa experiência do “Mensalão” que quase colocou a ruir todo o projeto partidário? Como estamos operando, em cada política pública, para desconcentrar renda e poder na sociedade brasileira? Como estamos enfrentando o debate ideológico na formação de valores na sociedade? E por aí vai. Meu nome surgiu entre companheiros e companheiras que querem construir repostas a essas perguntas, entre outras, com ações práticas, esta é uma das diferenças mais importantes a nosso favor, por onde passamos conseguimos dar respostas práticas e viáveis para desafios políticos programáticos importantes(como vou comentar mais adiante).

5)Por que você não apoiou a candidatura da Secretária Sueli Oliveira, já que vocês dois estão no campo da Mensagem ?
Embora se trate de uma das companheiras mais guerreiras do partido, não foi possível chegarmos a um nome de consenso na Mensagem, por razões relativas à condução da negociação que incide sobre questões programáticas também. A Mensagem não reuniu para escolher um nome para presidente ao PT Belém. Portanto, nem eu nem a Suely somos candidatos da Mensagem, mas tivemos a maturidade de manter a unidade na chapa para o diretório. Ou seja, a chapa da Mensagem tem um corpo e duas cabeças. Aliás duas boas cabeças para a militância escolher. O campo majoritário rachou todo, na cabeça e no corpo. Acho que a unidade programática da Mensagem é mais coerente e pode fazer o partido avançar mais.

6) Se eleito, o que você propõem para o PT Belém?
Pois bem, se os militantes petistas refletirem com cuidado, verão que, de acordo com os documentos básicos do partido, sua Carta de Princípios, seu Estatuto e as resoluções aprovadas no último congresso, a missão do partido é trabalhar, tanto nos movimentos sociais quanto nos espaços públicos, o aprofundamento da cultura democrática, a elaboração e implantação de políticas públicas que resolvam os problemas imediatos vividos pela sociedade e, ao mesmo tempo, construir estas políticas/soluções a partir de valores ideológicos pró socialistas, como a cooperação, a solidariedade, o trabalho e a sustentabilidade. Tudo isso para, através de nosso próprio exemplo, individual, como cidadão/ã e coletivo, como partido, conquistar a sociedade para idéias e práticas que construam a livre opção da sociedade pelo socialismo. Tomando este entendimento estratégico como ponto de partida, estamos propondo iniciar no partido um processo de potencialização e valorização de cada militante partidário a partir de sua própria realidade, onde mora, trabalha, se realiza etc. Para isso, com base na experiência concreta que vivemos na Unipop, no Banco do Povo, entre outras, propomos duas ações político-práticas que passarão a dar ao partido uma enorme força social. Uma ação deve articular a Economia Solidária à militância política de cada filiado e simpatizante e, a outra ação, potencializará a militância política dos filiados através de iniciativas de Controle Social(sobre o espaços públicos). Como propomos funcionar? Veja, somos em Belém mais de 14 mil filiados, sem contar inúmeros simpatizantes. Agora, na dimensão da Economia Solidária, imaginem o partido mobilizando e ajudando a formação ou fortalecendo empreendimentos, urbanos e rurais, que se organizam a partir da cooperação e do trabalho autônomo que reúnem milhares de pessoas. Podem ser cooperativas, associações ou redes de produtores, prestadores de serviços e consumidores. Podemos ajudar nossa militância a constituir clubes de troca, cartão de crédito solidário, banco cooperativo/comunitário, e uma série de outras demonstrações práticas de que uma outra economia já é possível, gerando inúmeros postos de trabalho, sem dever favor a ninguém, atraindo amplas parcelas da sociedade para uma experiência profundamente revolucionária, porque além de exigir a mudança de hábitos, exige também uma mudança de visão de mundo que supere a lógica capitalista da mera competição, da exclusão social, do preconceito e da concentração de renda e poder. Na dimensão do Controle Social, propomos começar com a implantação do Orçamento Participativo interno no PT Belém. Todos os militantes do PT Belém serão convidados a participar de um processo de planejamento e decisão sobre o investimento dos recursos partidários, assim como terão acesso aos dados detalhados dos gastos do partido. A partir desta demonstração efetiva de compromisso com a participação e a transparência, “de dentro de casa”, também atuaremos conformando núcleos de Controle Social nos bairros com nossos militantes e simpatizantes para, com autonomia, exercer uma cidadania mais qualificada e proativa. Grupos que poderão acompanhar a ação dos parlamentares, dos gestores de primeiro escalão do executivo, visando a participação, acompanhamento e fiscalização das políticas públicas. Somaríamos a essa rede de cidadania petista, redes virtuais para promover debates, e até pesquisas de opinião que manifestem a vontade da sociedade. Uma ação que poderá fortalecer enormemente a ação dos parlamentares e gestores petistas comprometidos com a participação social e a transparência no exercício da administração pública. Com isso, ampliaríamos nossa influência política sobre áreas como educação, saúde, segurança, emprego entre outros, em uma dinâmica viva de interação com a sociedade, oferecendo nosso próprio exemplo de ética e compromisso com a democracia, a solidariedade e com a solução definitiva dos principais problemas vividos pela sociedade. Acredito que este seja o único modo de apaixonarmos a sociedade pelo sonho socialista, nestes tempos de tanta desconfiança, desilusão e pragmatismo capitalista.

7) Qual a viabilidade de sua campanha ? você acredita que terá segundo turno?
Pois é, falando em pragmatismo capitalista, não teremos dinheiro para quitar em massa a anuidade de militantes, não teremos dinheiro para pagar vans para levar militantes para votar, nem temos estrutura para trocar apoio por emprego ou poder para constranger adversários e “aliados”. E, ainda que tivéssemos não o faríamos porque temos a convicção de que só se colhe o que se planta. Se vc quer colher o socialismo, tem que plantar cooperação, respeito, trabalho, justiça. Por exemplo, se vc plantar violência e humilhação com o uso irresponsável do poder passageiro que possuir, vc poderá colher tudo, menos fraternidade, liberdade e socialismo. Vc colherá medo, mas respeito, jamais. Portanto, se o cálculo de viabilidade for nos parâmetros do pragmatismo capitalista, estamos fora. Mas se tomarmos como parâmetro a busca do debate aberto e direto com a militância, mesmo sabendo que também teremos que enfrentar relações a partir de filiações em massa, então teremos chance. Espero que o partido mobilize pra valer a militância e demonstre seu compromisso com a construção de um partido inovador. Mas, além disso, trabalharemos muito com visitação presencial e virtual, através da internet. E, acho que pelo número e pela qualidade dos candidatos, se tivermos debates massivos a militância deverá dividir suas escolhas o que tende a levar o pleito a um segundo turno. Mais debate, mais participação, melhor para o partido. Acho que o processo é tão importante quanto o resultado, o que importa é que a vontade majoritária e consciente dos militantes seja feita. Me esforçarei para merecer esta escolha.



Respondendo ao internauta.

Anônimo disse...
ARROYO
HA MUITO TEMPO VOCÊ TRABALHA COM A ECONOMIA SOLIDÁRIA QUE NÃO CONSEGUE NEM ENGATINHAR QUANTO MAIS ANDAR
É ESTA SUA PLATAFORMA PARA A ELEIÇÃO DE 2010
SE FOR , JÁ PERDEU

A Economia Solidária, como movimento social, chegou ao Pará no início dos anos 2000. E, passou a articular experiências produtivas, urbanas e rurais, que se organizavam com base na cooperação e na autogestão. Neste momento eu era coordenador geral do Banco do Povo de Belém. E, foi a partir de nossa gestão, que se organizou o Fórum de Empreendedores da Economia Popular e Solidária que vive ativamente até hoje, ou seja, não foi uma experiência artificialmente fomentada a partir de um órgão de governo. Neste período, também ajudei a fundar a organização nacional de microcrédito sendo seu primeiro vice presidente nacional. Esta posição permitiu que contribuíssemos com a criação da Senaes(Secretaria Nacional de Ecosol do governo Lula) tendo sido convidado por Paul Singer para compô-la, o que declinei em função do chamamento partidário para assumir a chefia de gabinete da Sudam. Indiquei então o Haroldo Mendonça que não era do meu grupo político mas tinha perfil para a tarefa, do que não me arrependo, inovando na prática política do partido. De lá para cá, mesmo tendo perdido o Banco do Povo na lamentável gestão do Dudu, o movimento continuou avançando com autonomia. Já realizou inúmeros eventos, feiras, cursos e se tornou no principal tema debatido no Fórum Social Mundial. Na montagem do governo de Ana Júlia, lá estava a Economia Solidária adotada como um departamento na Secretaria do Trabalho. Mais recentemente acabamos de conquistar a aprovação da Lei Estadual de Economia Solidária e sansionada pela governadora. Diante destes fatos de domínio público, entre outros que seria demasiado citá-los aqui, digo que o movimento pela Economia Solidária tem tido, em apenas 10 anos, grandes avanços, mas claro, muito mais há que conquistar. Conquistas que desde o início não são possíveis para uma pessoa só. Conquistas que eu tenho a honra e a satisfação de ter participado juntamente com tantos outros militantes que, em muitos momentos, até me superaram em competência e dedicação. Sei da importância que tive e tenho, no movimento da Ecosol no Pará e no Brasil, mas não acredito em “salvadores da pátria”, já vi algumas lideranças se apropriarem de trabalhos coletivos para se promover e não concordo com isso. Sem fugir de responsabilidades pessoais, acredito que os grandes avanços e as grandes conquistas só são possíveis quando refletem uma vontade prática coletiva. Por tudo isso, a ecosol, para mim, é uma opção de vida que vai além da política. Não sou eu que a uso, é ela que me usa, e o permito com consciência e prazer por estar convencido que é o melhor para todos, para mim e para você. Se isto me levar à derrota, irei feliz porque terei perdido apenas uma eleição, mas nunca o sonho, nunca a fé no melhor do ser humano, nunca o compromisso com a construção prática da igualdade, da justiça, da democracia e da sustentabilidade como entendo hoje o socialismo, nunca terei perdido a minha dignidade.
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12.10.09

Economia Solidária


Nobel premia teses sobre o papel da cooperação para maior eficiência da economia

Nesta segunda-feira, o Nobel de Economia foi atribuído aos americanos Oliver Williamson e Elinor Ostrom (a primeira mulher a receber este prêmio), por seus trabalhos separados sobre a economia das organizações.
Com a premiação a Ostrom e Williamson, a academia reconhece dois estudiosos que contribuíram de forma decisiva durante três décadas para colocar a política econômica como campo de pesquisa central, demonstrando que as análises econômicas podem jogar luz sobre a maior parte de formas de organização social.
Ostrom demonstrou que as associações de proprietários podem administrar com sucesso propriedades comunitárias, enquanto Williamson desenvolveu uma teoria na qual as empresas servem de estruturas para a resolução de conflitos.
A partir de estudos de propriedades comuns de áreas pesqueiras, pastagens, florestas, lagos e águas, Ostrom concluiu que os resultados são com frequência melhores do que predizem as teorias convencionais, e que os usuários desenvolvem mecanismos sofisticados para tomar decisões e reforçar as regras ao tratar de conflitos de interesses.
Deste, modo Ostrom esclareceu as características centrais do autogoverno, como a participação ativa dos usuários é essencial, e que as regras impostas de fora têm menos legitimidade e há maior probabilidade de que sejam violadas.
Williamson se propôs a esclarecer por que algumas transações ocorrem dentro das empresas e não nos mercados, e concluiu que as organizações hierárquicas emergem quando as transações são complexas ou não standards, e quando as partes são interdependentes.
O marco geral estabelecido por Williamson mostrou também ser produtivo para analisar todo tipo de contrato incompleto, desde os realizados entre membros de uma família aos contratos financeiros entre empresários e investidores.
Ostrom e Williamson sucedem no histórico do prêmio o compatriota Paul Krugman, agraciado por sua análise dos padrões de comércio e da localização da atividade econômica. Destaca-se o fato de os 3 premiados, desde Krugman, trabalharam para demonstrar que laços orgânicos de confiança em torno de pactos éticos, tornam processos econômicos mais estáveis, sustentáveis e mais dinâmicos no sentido de maximizarem a criatividade e a inovação para resolver problemas da sociedade. Também destaca-se que os 3 são autores que incorporam em suas análises econômicas as chamadas “externalidades” expurgadas por outros pesquisadores. Com isso colocam os problemas sociais como, também, econômicos e, portanto, o sucesso econômico não pode ser medido sem se considerar os indicadores sociais, contrariando frontalmente a lógica neoliberal.
O Nobel de Economia, que na realidade se chama Prêmio de Ciências Econômicas em memória de Alfred Nobel, foi adotado em 1969 pelo Sveriges Riksbank (Banco da Suécia), que financia o prêmio, é concedido pela Real Academia Sueca de Ciências e tem a mesma premiação financeira que os outros.
O anúncio do de Economia fecha a rodada de ganhadores dos prêmios Nobel, que será entregue em 10 de dezembro em cerimônia em Estocolmo e em Oslo.
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23.9.09

Aos que ainda sonham

Por um PT autônomo e participativo

1. Após 28 anos de militância política, 27 deles no PT, pela primeira vez me candidato a presidência de uma de suas instâncias. Três são as motivações: Primeiro, a apresentação de uma perspectiva que inicie um movimento onde o militante volte a ser protagonista; segundo, a absoluta falta de alternativas cuja trajetória passada aponte para o futuro compromissos com um PT democrático, autônomo e que faça as pessoas comuns voltarem a sonhar com a transformação social, econômica e cultural da sociedade com base em valores como a equidade, a solidariedade e a justiça. E, terceiro, a promoção do debate da tese da Mensagem ao Partido, que subscrevo.

2. Quando enfrentamos a Ditadura Militar, enfrentamos ao mesmo tempo uma euforia econômica que entrou para a história como o Milagre Brasileiro. Nossa luta era mostrar para as pessoas que a liberdade era tão, ou mais, importante quanto a satisfação das necessidades básicas para a sobrevivência. Assim nossa geração fez sucesso a música que dizia “a gente não quer só comida, a gente quer amor, diversão e arte”(Titãs)

3. Conseguimos fazer a sociedade voltar a sonhar com valores fundamentais ao ser humano como a liberdade e a justiça. Na política isso se expressou no sonho de reconquistar a democracia e fizemos milhões de brasileiros sair de casa para manifestar seu desejo pela volta das eleições diretas em uma das mais lindas jornadas que vivi.

4. No mesmo período, fizemos os estudantes voltar a sonhar com a dignidade de ser cidadão e fazer valer suas reivindicações no memorável movimento pela meia-passagem quando paramos Belém por uma semana com a estratégia do “pulo à roleta” até que conquistamos o que hoje é um direito inquestionável.

5. Nos dois momentos, como em vários outros naquele período, não só não tínhamos estrutura para levar os manifestantes em ônibus e vans – cada um ia por si, acreditem –, como muitos já sabiam que teriam que enfrentar a o batalhão de choque da PM, o que exigia um grau de convencimento e consciência muito elevado. Assim era a militância dos movimentos sociais e do Partido dos Trabalhadores, altiva, firme, autônoma, exatamente porque sonhava.

6. Ora, não há mudança estrutural sem que as pessoas sonhem que é possível reinventar as relações humanas. Naquela época enfrentávamos a perseguição política que não permitia que nossas lideranças e militantes, muitas vezes, tivessem sequer emprego digno, e ainda tinha a política e o SNI(Serviço Nacional de Informação) para coibir a liberdade de agir e pensar politicamente. Portanto, se não sonhássemos, se fôssemos pragmáticos, todos estaríamos nos partidos de direita reduzindo nossa existência a mera sobrevivência.

7. Não por acaso, em 89, quando pela primeira vez apresentamos Lula como candidato à presidência da República cantamos “Sem medo de ser feliz”... e era isso mesmo, fazíamos política sobretudo por prazer, pela libertação, mas sobretudo como ato de liberdade. Em 2002, quando elegemos Lula, bradamos “A esperança venceu o medo”. E isso não faz sentido para quem não sonha.

8. Hoje, as pesquisas da ciência política e de opinião indicam o profundo desencanto da sociedade com os partidos políticos, sem exceção. Um fato que ressalta isso é o surgimento de outras organizações que entraram no cenário político institucional, onde antes apenas os partidos tinham espaço. Hoje, vemos as bancadas de parlamentares por igrejas e categorias profissionais que sentam na mesa de negociação política não como partido, aliás muitos partidos apenas servem de satisfação à legalidade. Mas nós ainda podemos fazer diferente.

9. Diferente dos demais, o PT ainda é visto como um partido que discute a verdadeira política e que representa um ideal. Ainda é o que mais apaixona as pessoas na sociedade em geral. No entanto, há uma grave contradição. No seio de seus militantes, a partir da maioria de seus dirigentes, ou seja, a partir de cima, a prática política majoritária vem forjando um pragmatismo desmedido em que mergulha as relações políticas, em boa parte das tendências, em um mar de fisiologismo onde o exercício de liderança vai sendo substituído pelo de chefia e o de livre militância pelo de “funcionário político”.

10. Esta prática confunde a determinação de alcançarmos resultados com a perda da consciência do militante de seu papel estratégico, reduzindo a estratégia em mera obrigação funcional. O que vem comprometendo exatamente os resultados que deveríamos alcançar.

11. Por exemplo, na Carta de Princípios do PT, ratificada no III Congresso, que me fez aderir ao partido com afinco e entusiasmo, como fez a tantos outros miltantes, todos podem ler:

• “O Partido dos Trabalhadores entende que a emancipação dos trabalhadores é obra dos próprios trabalhadores, que sabem que a democracia é participação organizada e consciente e que, como classe explorada, jamais deverão esperar da atuação das elites privilegiadas a solução de seus problemas.”

• “Afirma, outrossim, que buscará apoderar-se do poder político e implantar o governo dos trabalhadores, baseado nos órgãos de representação criados pelas próprias massas trabalhadoras com vista a uma primordial democracia direta. Ao anunciar que seu objetivo é organizar politicamente os trabalhadores urbanos e os trabalhadores rurais, o PT se declara aberto à participação de todas as camadas assalariadas do país.”

• “O PT afirma seu compromisso com a democracia plena, exercida diretamente pelas massas, pois não há socialismo sem democracia nem democracia sem socialismo. Um partido que almeja uma sociedade socialista e democrática tem de ser, ele próprio, democrático nas relações que se estabelecem em seu interior.”


12. A partir destas citações, convido a refletir:

• Se nossa emancipação é obra de nossa autonomia, consciência e iniciativa, não deveríamos retomar o partido como protagonista político autônomo frente às elites sócio-econômcas onde quer que estejam, mesmo quando aliadas nos governos em que somos maioria? Ora, governo não e uma instituição monolítica, é um espaço de coalizão em permanente disputa. Assim, para ajudar os petistas que estão no governo para realizar nosso programa, não seria melhor um partido ativo que mobilize a sociedade em torno das bandeiras partidárias, que exprimem a vontade dos seus militantes?

• Se a principal razão de conquistarmos o poder político é a construção da democracia direta, por que não fazemos do PT um acelerador da cultura do Controle Social(da Sociedade sobre o Estado), retomando sua natural vocação de expressão política organizada dos movimentos sociais populares?

• Se a construção do socialismo pressupõe a da democracia, de dentro para fora do próprio partido, porque não retomamos a organização dos núcleos de base? Se propomos o Orçamento Participativo para a Sociedade, por que não instituímos o OP do PT? Por que não estimularmos entre nossos filiados a prática da Economia Solidária, do Cooperativismo, da Reciclagem, da Preservação, do Controle Social, da Educação Política continuada, do Respeito à diversidade da condição humana entre outras práticas pró-socialistas que se pode adotar desde já e independentemente do Estado?

• Se este processo todo exige uma militância consciente, por que a formação política foi abandonada por tanto tempo, só retornando agora com a bem-vinda Escola Nacional de Formação? Hoje somos mais de 14 mil militantes só em Belém do Pará, a metade filiados em massa, no último prazo de filiação. Será que sabem, com substância, que o PT é um partido socialista? Aliás, será que os filiados antes destes sabem o que significa ser socialista? Se há tantos socialistas militantes, não seria o caso de sermos mais ousados em nossas ações culturais e políticas? Por que não conseguimos fazer uma oposição sistemática e de envergadura a um governo lamentável como o do Sr. Duciomar Costa, prefeito reeleito de Belém?

13. Estas indagações pairam em algumas cabeças mas que, no entanto, não se permitem questionar com medo de serem confundidas como “de oposição”, como rebarbados. Sentem medo de serem excluídos, exonerados...Mas não tínhamos vencido o medo?

14. Companheiros, após 27 anos de militância petista, tenho certa clareza sobre como funciona o partido, como as tendências operam e que esta é uma cultura geral que enquadra a todos nós. Portanto, esta candidatura é um ato de fé de quem acredita que o ser humano é capaz de inverter lógicas perversas, que é capaz de sonhar nas condições mais adversas da vida, e exemplos não faltam: Mandela sonhou, por isso conseguiu passar 32 anos no cárcere sem perder a dignidade e se tornar uma das figuras mais importantes do planeta. Pedro Tierra, nosso poeta petista, sobreviveu à tortura da Ditadura Militar no Brasil porque sonhou em poesias que passava para fora da prisão enroladinhas dentro de canetas bic e hoje continua firme, sonhando.

15. Também sonharam com firmeza, o por isso obtiveram resultados práticos que mudaram o mundo, Jesus, Giordano Bruno, Ganhdi, Gramsci, Marx, Lenin, Bretch, Rosa de Luxemburgo, Frida Kalo, Picasso, Chê, Lula e todos e todas que os acompanharam, sem o que jamais seriam o que foram. Venha e traga mais gente pra sonhar com a gente.

João Claudio Tupinambá Arroyo
Candidato a presidente do Diretório Municipal de Belém do Partido dos Trabalhadores
Setembro de 2009
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14.9.09

"Nesse Dia"




“Nesse dia” 11 de setembro de 1973, Salvador Allende era assassinado.

Não vou renunciar! Colocado numa encruzilhada histórica, pagarei com minha vida a lealdade ao povo. E lhes digo que tenho a certeza de que a semente que entregamos à consciência digna de milhares e milhares de chilenos, não poderá ser ceifada definitivamente. [Eles] têm a força, poderão nos avassalar, mas não se detém os processos sociais nem com o crime nem com a força. A história é nossa e a fazem os povos. Viva o Chile! Viva o povo! Viva os trabalhadores! Estas são minhas últimas palavras e tenho a certeza de que meu sacrifício não será em vão. (Allende em 11 de setembro)

Nesse dia 11 de setembro de 1973, Salvador Allende, presidente democraticamente eleito do Chile era brutalmente assassinado.
Eram assassinados também, mais de uma dezena de militantes de esquerda de seu governo, e militantes do MIR que faziam sua segurança.
Allende e o pequeno grupo dispensaram todas pessoas de dentro do palácio La Moneda, e mantiveram-se na sede do governo até o fim.
Teve-se o início do bombardeio.

Os assassinos são públicos, a CIA Americana e os Militares Chilenos, em especial o General Augusto Pinochet, hoje tido como um dos maiores criminosos do planeta, facínora comparado a Hitler. Na arquitetura do golpe estava ainda a Igreja Católica (através de seu Partido Cristão) e a burguesia Chilena. Mais de 1 milhão de pessoas foram as ruas no Chile.

Manter viva a memória de Allende, é seguirmos construindo a autogestão dos trabalhadores/as, a construção do “poder popular”, elemento central no Governo de Allende que sucitou o golpe.

Vamos registrar aqui a cada 11 de setembro o brutal assassinato de um líder e de um povo, por que não esquecer destes momentos é de fundamental importância para eles não retornarem mais.

Salvador Allende – Presente.
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30.8.09

Sonho de Liberdade

Discurso do Prof. João Claudio Tupinambá Arroyo, paraninfo geral, na Colação de grau da Faculdade do Pará/Universidade Estácio de Sá em Belém, 29 de agosto de 2009

Meus queridos colegas, que hoje colam grau, com quem dividi a sala de aula estes últimos anos, para mim muito mais que um trabalho, uma opção de vida.

Senhoras e senhores,

Quando fui informado que seria o paraninfo geral. Fiquei muito emocionado, muito honrado e muito inseguro. Fiz o que o marketing diz que se deve fazer quando se está inseguro: pesquisa, porque a resposta está quase sempre no outro. Saí perguntando a vários amigos o que deveria dizer. A maioria disse que esta teria que ser uma última aula. Mas nestes vinte e poucos anos como educador eu aprendi que não existe “ensinar”, que só existe “aprender”, o educador oferece oportunidades de aprendizado e, as pessoas apreendem segundo seus próprios atributos, acúmulos anteriores, disposição e dedicação. Por isso, não será uma aula, mas a partilha de coisas para mim muito importantes entre aquilo que consegui aprender na vida.

A última vez em que discursei em uma colação de grau, protagonizei um fato que se tornou manchete nos jornais do dia seguinte. Era 1983 e o Brasil vivia uma longa e pesada Ditadura Militar. Eu era do Diretório Central dos Estudantes da Universidade Federal do Pará, tinha 21 anos e o ponto alto do discurso foi quando o general, comandante-em-chefe da oitava região militar, diante das críticas que fazíamos ao regime, não agüentou, se levantou e se retirou da solenidade que acontecia no ginásio de esportes, totalmente lotado.

Aquele foi um dia de festa, porque tudo o que tínhamos feito era produto de um longo trabalho em equipe, a elaboração do discurso como recurso de comunicação, a administração da imprensa para tornar o fato notícia, a contabilidade das faixas onde se lia “Abaixo a Ditadura” que surgiam na arquibancada... tudo tinha sido um trabalho a muitas mãos para que ali pudéssemos de alguma forma ajudar o país a reencontrar o caminho da democracia para fazer valer o nosso direito. Cedo aprendi que não somos nada sozinhos e que nem nossos sonhos se realizam, se não soubermos somar com outros, ombro-a-ombro, com humildade mas sem submissão. Aprendi que é possível mudar o mundo para melhor, no que estou empenhado até hoje, por isso sou educador.

Aquele era um tempo em que ao mesmo tempo que alguns diziam “não adianta tentar, nada vai mudar” e o filósofo Lulu Santos alimentava o pessimismo dizendo “assim caminha a humanidade, com passos de formiga e sem vontade”, o livro mais lido era “Tudo que é sólido desmancha no ar” de Marshall Berman. Porque o que queríamos refletir não era “como” caminha a humanidade, mas para “onde” caminha a humanidade, porque aprendemos que a direção é mais importante que a velocidade.

E, de fato, de lá para cá muitas mudanças ocorreram, a supostamente indestrutível Ditadura Militar teve que engolir o retorno dos exilados políticos, gente como Brizola, Arraes, Gabeira, mas também gente como Paulo Freire, Caetano Veloso e Gilberto Gil – a Ditadura havia expulsado do Brasil a inteligência. Para eles inteligência era o SNI.

O país retomou as eleições diretas, voltou às liberdades democráticas, mas a partir daí se viu diante de uma realidade até então encoberta, uma Ditadura mais dura e cruel que a militar, a Ditadura da fome, a ditadura econômica da concentração de renda e poder que vivemos ainda.

A tarefa que começamos há vinte e poucos anos, está inconclusa, porque a Democracia não basta que seja política, é preciso que seja econômica, econômica não apenas de valores materiais, mas também de valores morais. Minha geração fez o que pode e precisa se juntar a novas gerações que partilham do mesmo sonho de uma nação desenvolvida, justa, sustentável e solidária. É como diria o poeta Beto Guedes, “Vamos precisar de todo mundo, um e um é sempre mais que dois, para construir a vida nova é preciso repartir melhor o pão. A felicidade mora ao lado...”

Hoje temos a alegria de testemunhar e participar da volta da filosofia e da sociologia como matérias obrigatórias no ensino dos jovens, o que certamente daqui há mais 5 a 10 anos fará muita diferença. Também somos testemunhas vivas da inclusão de mais de 20 milhões de brasileiros antes a mercê da indigência. Vocês lembram da dívida externa?, que dizíamos “eterna”, acabou, agora somos credores do FMI. Se alguém dissesse isso no meu tempo de estudante correria o riso de ser internado em um manicômio. Recuperamos a soberania e a dignidade enquanto nação. Todos contribuimos para que a grande crise econômica de hoje, no Brasil, fosse só uma marolinha, o digo como mestre em economia, e vivemos um momento de grandes perspectivas, “como nunca antes na história deste país, companheiros”.

Mas grandes desafios permanecem. Enquanto pagamos, como contribuintes, de 1.500 a 1.700 reais por mês, sem incluir o custo do processo jurídico, para manter um delinqüente preso, pagamos apenas de 150 a 200 reais, na média nacional, para manter um aluno na escola pública. Ou seja, nós pagamos, com nosso dinheiro, fruto do nosso trabalho, 10 vezes, ou mais, para manter cárceres do que manter escolas, justamente onde as crianças e jovens deveriam absorver valores como a paz, o respeito mútuo e o direito ao trabalho, cuja ausência é a causa mais profunda do estado de violência urbana que vivemos.

Epa! Mas quem decidiu que o dinheiro público, o nosso dinheiro, fosse investido desta maneira? No entanto, para não cairmos no lugar comum e inóquo de colocar a culpa nos outros, temos que colocar a “mão na consciência”, quanto disso só foi possível porque nos omitimos? Desculpem, mas sou como o filósofo do direito Boaventura de Souza Santos que se auto define, um “otimista trágico”. Aquele que vibra com as possibilidades de construção de um mundo justo mas está atento para as limitações éticas que vivemos a partir de cada um de nós e que somente daqui e daí de dentro poderemos superá-las. É apenas uma questão de escolha.

O mesmo tipo de escolha que nossos colegas, os colandos de hoje, fizeram quando resolveram superar todos os obstáculos possíveis e imagináveis para chegar até este momento que marca uma grande vitória e conquista de cada um e de cada família. Grande do tamanho da luta, do sofrimento e da tenacidade de cada um. Uma vitória que não veio por acaso, todos os dias vocês levantavam e diante de vocês estava a escolha, parar ou continuar a mudar. Vocês escolheram mudar para melhor como profissional, como pessoa, como cidadão.

Mas,... há sempre um “mas”,... para mudar de vida é preciso convencer outros porque a vida é um fenômeno em sociedade e é preciso conquistar os sócios para o mesmo projeto. A transformação da vida só é possível como sonho que se realiza, como ação coletiva, organizada e responsável.

E chegou a hora de vos dizer, como um dia disse Mandela “nos fizeram aprender a temer nosso próprio poder, é a nossa própria luz que mais nos assusta e não a escuridão em que nos meteram. Muitos se perguntam ‘Quem sou eu para brilhar e ser livre?’ E eu pergunto ‘quem você pensa que é para não sê-lo?’, ‘Com que direito você abre mão de ser livre?’ Porque a liberdade é um processo social e solidário em cadeia e eu somente serei livre se você o for também”.

Mandela passou 32 anos preso por defender o fim da escravidão e do racismo legalizado na África do Sul, e da prisão liderou o movimento que em seguida o conduziu a presidente daquele país que hoje é um dos que mais cresce no mundo. As prisões são incapazes de aprisionar sonhos de liberdade. Estes apenas podem ser auto-aprisionados. Porque somos capazes de aprender tudo, até a ter medo de ser feliz.

Neste mundo em que, como nos revela o revolucionário dramaturgo Nelson Rodrigues, “o dinheiro compra tudo, até amor sincero”, optar pela liberdade não é fácil porque isto exige ética, aquele refúgio permanente e seguro que os seres humanos devem construir entre si, como aprendemos com os gregos da antiguidade. Porque isto exige mais do que fazer o certo, exige fazer o certo todo dia.

Mas como vocês, “os desertos que atravessei, ninguém me viu passar...” mas me fez acreditar e praticar profundamente tudo o que lhes disse hoje. Por isso, aproveitando deste momento de festa e alegria os convido a fazer parte do movimento dos homens e mulheres de bem, únicos capazes de sonhar com um mundo melhor para si, seus filhos e netos, e na prática como administradores e profissionais do direito escolherem aquilo que liberta, aquilo que enfim nos realiza como seres humanos.

Que o sucesso de vocês seja pleno e longo,

Muito Obrigado.
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19.7.09

Me perguntaram como estou...

Por aqui a luta segue. Mesmo enfrentando um duelo desigual, seguimos...

E seguimos porque não temos outra alternativa em função do que acreditamos e sonhamos.

Mesmo neste momento de absoluto pragmatismo, ainda sonhamos... isto faz valer a pena.

Vc já viu aquela pergunta "Vc acredita em milagres?". Pois é, nós acreditamos.

Nós acreditamos que é possível fazer dos seres humanos algo maior do que chacais a espreita da mais ínfima oportunidade de assaltar seja carne ou carniça, seja do inimigo ou do irmão de sangue. Acreditamos que assim é possível contribuir para fazer do mundo um lugar digno de nossos filhos e fazer dos nossos filhos gente digna de um mundo melhor.

E acho que se fosse fácil não prestava, seria banal. Às vezes acho que não precisava ser tão difícil assim, mas se é pra ser vamos caprichar.

Hoje vi na tv o aniversário de Mandela. O cara passou 28 anos na prisão por causa de suas idéias. Entrou jovem e saiu velho. Mas com as idéias intactas, novinhas como entraram. E vivas, mais vivas do que nunca. Se tivermos que passar mais anos nesta prisão ao fisiologismo, certamente será para apurarmos ainda mais as idéias e como Mandela, nos manter intactos ideologicamente.

Mas o mais gostoso é concluir que, no fundo, o que o manteve Mandela intacto foi sua capacidade de sonhar. Neste ponto o duelo é desigual ao nosso favor. Porque somos capazes de sonhar e a cada dia que amanhece, mais uma vez, nos sentimos fortes para continuar a semeadura...

Seja Mandela
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29.5.09

Fazer faz toda a diferença

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