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3.10.06

Juventude entre a Política e a Violência


Se prestarmos atenção nos discursos dos políticos, nenhum defende a situação em que vivemos. Mesmo além da política, esquerda e direita, jovens e velhos, mulheres e homens, negros e brancos, pobres e ricos, todos, sem exceção condenam a tendência à miséria, à exclusão, à violência, à devastação, à educação e saúde sem qualidade etc. Mas, afinal quem é o responsável por vivermos assim.
Ora quem..., nós mesmos, é claro. Portanto, se quisermos soluções de verdade não podemos entrar no caminho aparentemente mais cômodo de procurar os culpados. Os culpados, por ação ou omissão, somos nós e as gerações que nos antecederam. Sendo assim, só nos interessa uma coisa: Transformar a realidade que está aí e se agrava cada vez mais se não mudarmos seu curso.
O que nos importa no presente é o futuro. O passado não podemos mudá-lo, o máximo é aprender com ele. O futuro será o resultado de nossa determinação em mudar a nós mesmos, já que o presente é assim porque somos como somos. Esta não é uma tarefa para qualquer um. Esta é uma tarefa digna dos jovens, seja qual for a idade.
Na disciplina Marketing Político que ministrei no primeiro semestre de 2006 na FAP, pudemos nos deparar com uma realidade muito dura. A primeira fase teórica, quando recuperamos as raízes da filosofia política, foi marcada por posicionamentos críticos com relação à prática política no país. A falta de ética, a corrupção e o descompromisso com os eleitores foram os pontos mais repugnados. No entanto, na segunda fase prática, quando simulamos as condições de uma disputa eleitoral que foi um grande sucesso envolvendo a faculdade como um todo, foi possível observar a simples reprodução pela maioria de quase tudo que se vê no dia-a-dia da política tradicional: a tal falta de ética, a troca de votos por brindes e favores e a prioridade da simpatia em detrimento do debate de programa e propostas. Tudo isso, com o respectivo reforço do eleitorado.
Em pesquisa realizada através de enquete no blog
www.professorarroyo.blogspot.com , tivemos, como ideal de político os seguintes perfis:
Quase um terço dos votantes escolheu o perfil “realizador, honesto e popular”. Se somarmos o segundo perfil mais votado, “honesto, culto e trabalhador” chegaríamos a mais de 53% dos participantes da enquete que enfatizam um tipo “fazedor honesto”. Apenas no terceiro lugar, com 20,21% dos votos surge um perfil que destaca o compromisso com a democracia. Esta tendência já foi detectada em pesquisas bem mais rigorosas, ou seja, entre a democracia e a solução concreta dos problemas diários, a maioria, se tiver que sacrificar um dos dois, sacrifica a democracia.
A medida que a política deixa de ser vista como o palco privilegiado de amplas e participativas negociações sociais, coletivas, em torno das soluções para os problemas públicos. A medida que cresce a aversão à política pelo imaginário popular que vai sendo engendrado pela mídia em torno da vinculação quase natural à corrupção. E, a medida que os grupos privados que digladiam pelos fundos públicos, sem parâmetros éticos, seguem na peleja mesmo que acabem por destruírem-se mutuamente e mesmo que se destrua a frágil experiência democrática que o país vive. A medida que tudo isso ocorre, só resta a “justiça” pelas próprias mãos. O desencanto da sociedade com a política é visível, particularmente entre os jovens.
(O texto na íntegra pode ser solicitado pelo email arroyo@click21.com.br)
Prof Arroyo.

2 comentários:

Anônimo disse...

Entre a soluções dos problemas e as escolha pela democracia, a mídia influenciou o povo escolher pela solução dos problemas. O PT era a alternativa que restava para acabar com a fome e a miséria. O PT viria para combater a corrupção. O PT viria para dar alento aos excluídos. O PT daria moradia e acabaria com a injustiça. Criou-se esse mito em torno da grande parte da sociedade e entre os jovens que sonhavam e poucos ainda sonham que isso será possível. No auge da fome, a primeira coisa que se pensa é mastigar o alimento e não saber a sua procedência.Então, o povo tá com fome. Primeiro mate a fome , depois fale em democracia.
Eu fiz uma pergunta entre meus alunos do ensino médio. Quem é a favor da redução da menor idade para crimes ediondos.? Todos levantaram a mão. Esse desencanto é tão forte com a política, que na eleição passada eu tentei me candidatar a vereador em Ananindeua meus alunos diziam: Não vá. Esse mundo de corrupção não é para o senhor. Não vá sujar os seus 26 anos de profissão. Político, é tudo igual. O senhor defendeu tanto o PT e veja o que aconteceu. A mídia foi tão forte que eu acabei desistindo.Não me arrependo. Na medida do possivel eu tento dizer aos jovens que nada está perdido. "A água viva ainda está na fonte"

Anônimo disse...

Marcio Montoril comenta:
Entre a soluções dos problemas e as escolha pela democracia, a mídia influenciou o povo escolher pela solução dos problemas. O PT era a alternativa que restava para acabar com a fome e a miséria. O PT viria para combater a corrupção. O PT viria para dar alento aos excluídos. O PT daria moradia e acabaria com a injustiça. Criou-se esse mito em torno da grande parte da sociedade e entre os jovens que sonhavam e poucos ainda sonham que isso será possível. No auge da fome, a primeira coisa que se pensa é mastigar o alimento e não saber a sua procedência.Então, o povo tá com fome. Primeiro mate a fome , depois fale em democracia.
Eu fiz uma pergunta entre meus alunos do ensino médio. Quem é a favor da redução da menor idade para crimes ediondos.? Todos levantaram a mão. Esse desencanto é tão forte com a política, que na eleição passada eu tentei me candidatar a vereador em Ananindeua meus alunos diziam: Não vá. Esse mundo de corrupção não é para o senhor. Não vá sujar os seus 26 anos de profissão. Político, é tudo igual. O senhor defendeu tanto o PT e veja o que aconteceu. A mídia foi tão forte que eu acabei desistindo.Não me arrependo. Na medida do possivel eu tento dizer aos jovens que nada está perdido. "A água viva ainda está na fonte"