Nobel premia teses sobre o papel da cooperação para maior eficiência da economia
Nesta segunda-feira, o Nobel de Economia foi atribuído aos americanos Oliver Williamson e Elinor Ostrom (a primeira mulher a receber este prêmio), por seus trabalhos separados sobre a economia das organizações.
Com a premiação a Ostrom e Williamson, a academia reconhece dois estudiosos que contribuíram de forma decisiva durante três décadas para colocar a política econômica como campo de pesquisa central, demonstrando que as análises econômicas podem jogar luz sobre a maior parte de formas de organização social.
Ostrom demonstrou que as associações de proprietários podem administrar com sucesso propriedades comunitárias, enquanto Williamson desenvolveu uma teoria na qual as empresas servem de estruturas para a resolução de conflitos.
A partir de estudos de propriedades comuns de áreas pesqueiras, pastagens, florestas, lagos e águas, Ostrom concluiu que os resultados são com frequência melhores do que predizem as teorias convencionais, e que os usuários desenvolvem mecanismos sofisticados para tomar decisões e reforçar as regras ao tratar de conflitos de interesses.
Deste, modo Ostrom esclareceu as características centrais do autogoverno, como a participação ativa dos usuários é essencial, e que as regras impostas de fora têm menos legitimidade e há maior probabilidade de que sejam violadas.
Williamson se propôs a esclarecer por que algumas transações ocorrem dentro das empresas e não nos mercados, e concluiu que as organizações hierárquicas emergem quando as transações são complexas ou não standards, e quando as partes são interdependentes.
O marco geral estabelecido por Williamson mostrou também ser produtivo para analisar todo tipo de contrato incompleto, desde os realizados entre membros de uma família aos contratos financeiros entre empresários e investidores.
Ostrom e Williamson sucedem no histórico do prêmio o compatriota Paul Krugman, agraciado por sua análise dos padrões de comércio e da localização da atividade econômica. Destaca-se o fato de os 3 premiados, desde Krugman, trabalharam para demonstrar que laços orgânicos de confiança em torno de pactos éticos, tornam processos econômicos mais estáveis, sustentáveis e mais dinâmicos no sentido de maximizarem a criatividade e a inovação para resolver problemas da sociedade. Também destaca-se que os 3 são autores que incorporam em suas análises econômicas as chamadas “externalidades” expurgadas por outros pesquisadores. Com isso colocam os problemas sociais como, também, econômicos e, portanto, o sucesso econômico não pode ser medido sem se considerar os indicadores sociais, contrariando frontalmente a lógica neoliberal.
O Nobel de Economia, que na realidade se chama Prêmio de Ciências Econômicas em memória de Alfred Nobel, foi adotado em 1969 pelo Sveriges Riksbank (Banco da Suécia), que financia o prêmio, é concedido pela Real Academia Sueca de Ciências e tem a mesma premiação financeira que os outros.
O anúncio do de Economia fecha a rodada de ganhadores dos prêmios Nobel, que será entregue em 10 de dezembro em cerimônia em Estocolmo e em Oslo.
12.10.09
Economia Solidária
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